entrevista com Vander Sacramento

 Muitos não se lembram, mas no Flamengo existia um meio de campo, habilidoso, nascido em 1988, chamado Vander Sacramento. Surgiu como promessa, ainda mais por ter inventado a tal da lambreta invertida. Com muito potencial e com muito fome de bola, Vander logo subiu aos profissionais, mas nunca teve uma chance entre eles. Por que isso?? Culpa do clube ou de Vander? Ou não houve entendimento? Seria mais uma promessa mal aproveitada pelo Flamengo, ou seria o inicio de um grande jogador, um investimento? Talvez, Vander poderia tá no Flamengo até hoje, não digo que foi culpa do Flamengo, mas inocente, o clube não foi. Houve, de fato, uma má formação com Vander, a antecipação das coisas em busca de solução. Mas toda solução, quero dizer, jogador, necessita de sequencia. E primeiro, oportunidade. Vander não teve, e foi buscar isso em outro lugar.


Minha entrevista especial e emocionante com o meio de campo Vander Sacramento você confere abaixo.


primeiro de tudo é uma honra falar com voce, obrigado por topar falar comigo, e pra começar, fala um pouco da sua carreira, dificuldades, obstáculos, aprendizados..


R: que nada, o que precisar estamos ai.  A minha maior dificuldade foi conviver com a fama cedo demais.. é dificil lidar com ela.. obstaculos, o dia-a-dia de trabalho, tudo isso era muito dificil.. de aprendizado, convivi com pessoas famosas que são super humildes, e aprendi com eles.. cheguei ao Flamengo com sete anos, depois de fazer um belo campeonato no Madureira pela Copa Light. Não tive problemas de adaptação no Flamengo. Fiquei treze anos no Flamengo.


ficou 13 anos no Flamengo, cresceu lá dentro, convivendo bons e maus momentos.. conta um pouco pra gente desses treze anos de Flamengo..


R: foi muito produtivo de altos e baixos. Passei por muita dificuldade lá dentro, onde sempre fui visto como um belo jogador, mas não tinha cabeça, mas com o tempo tirei esse rotulo e fui muito bem, pena que não tive oportunidade de jogar entres os profissionais só tá treinando com eles.


como se sentia como um jogador conhecido por "nao ter cabeça"?


R: muito mal, porque não era verdade, meu mau é que ia muito pelo coração, sempre querendo vencer de qualquer jeito, vestir aquela camisa me dava gosto, gosto de vestir e jogar pelo Flamengo, e dar tudo pelo clube. E por isso perdia a cabeça em alguns jogos e ia expulso.. acredito que isso me atrapalhou muito.


você falou que com o tempo conseguiu mudar esse rótulo.. como foi isso pra você?
 

R: ser visto da forma que eu sou fez melhorar até meu rendimento em campo e fora, e isso foi ótimo pra mim, pra minha vida.

e depois de 13 anos de Flamengo, convivendo no clube por um grande periodo de tempo, por que acha que não conseguiu se firmar no profissional?

R: essa pergunta eu me faço todos os dias.. não sei o porque.. não sei o que faltou..

e conta um pouco da sua saida do Flamengo.. como aconteceu..

R: foi no final do ano passado ao término do meu contrato, onde ambos não chegaram a um acordo. Atualmente, minha carreira está bem, estou aqui em Minas, no Democrata GV, buscando voltar onde não deveria ter saido, de um time grande. Mas antes de sair do Flamengo também fui emprestado algumas vezes, isso foi muito importante pra mim, me deu mais experiência, amadureci muito e aproveito isso.

então, acha que saiu do Flamengo porque foi lançado muito cedo, imaturo, e tinha a fama de "sem cabeça"? 

R: mais por ter a fama de sem cabeça, por equivoco meu e do Flamengo.

explica um pouco, quais foram esses equivocos..

R: o unico equivoco foi não ter dado oportunidade a alguem que eles tinham como promessa..

você ficou conhecido como o criador da lambreta inversa.. conta um pouco disso..

R: foi muito bom, você ser reconhecido como autor de um drible, e foi bom, que conheci pessoas que admiro muito, o Felipe do Vasco e o Falcão.

e depois de 13 anos de Flamengo, acha que faltou confiança para uma "promessa" por parte do clube?

R: com certeza,  da miha safra 88 onde venceu muita coisa dentro do clube faltou carinho com a gente.

o que o Flamengo te ensinou? 

R: a me dar valor!

"agradeço todos vocês que  pretigiam e gostam do meu futebol, e que se Deus quiser vou ta no cenario brasileiro e todos vocês vão poder me ver jogando."

Vander surgiu muito cedo como promessa, e isso pode ter atrapalhado a carreira dele.. Mas promessa que é promessa, merece uma chance no profissional, uma oportunidade, coisa que Vander não teve.. e não teve valor também...

hoje ele joga no Democrata de Minas Gerais, e busca, depois de muito tempo, a afirmação no futebol!! Vander, conte com todos nós!